segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Soy rusa

Eu juro aqui, perante a todos meus parcos leitores e ajoelhada frente a Dels, que NUNCA MAIS conto pros argentinos que sou brasileira. Nunca me senti tão circense na minha vida.

Sábado fui a uma festa de calouros da minha faculdade aqui em Buenos Aires e em menos de cinco minutos na festa TODAS as pessoas já sabiam que existiam brasileiras no recinto. Ficamos nos perguntando como eles perceberam. Será que por causa do idioma? Será por causa do jeito de dançar e se vestir? Bom, não achei resposta, a mais próxima é que eles repararam bem nos meus bustos fartos e tiraram conclusões próprias. Sei que a informação se proliferou de tal forma que virei um frango assado que nem nos desenhos do Pica-Pau quando ele vê uma mulher gostosa.

Povinho terrível esse aqui. Não podia nem dançar que já vinha um querendo ver. Tava vendo a hora que iam virar e falar: "Esse peito é de verdade? Posso apertar?" Não chegou a tanto, mas foi quase-quase. Juro pra vocês.

Só sei que agora essa é a minha nova decisão séria. Não posso ser patriota e muito menos ser gostosa, porque senão viro atração turística. Agora vai ser assim: "¿es brasilera?" "no, no, no..." No máximo digo que sou portuguesa e da próxima vez que me perguntarem se sou russa respondo em alemão que sim em alemão: "Ja, soy rusa, babe..."



PS: Eu também posso me aproveitar disso e dizer que fiz uma pontinha no S.O.S. Malibú, q q cês achão?

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Memória e olho de peixe

É gente, essa coisa de ficar invejando o homem alheio (aqui na Argentina isso é normal) fez Dels me mandar um castigo desses bem infantis: CONJUNTIVITE. Me sinto uma criança, porque conjuntivite é coisa de criança que se agarra e faz natação.

Eu falava com as meninas aqui que eu gostava de ter conjuntivite quando era criança. Acordava com o olho todo grudado e passava horas me divertindo tirando remela e tal, a manhã toda, criança remelenta se divertindo a doidado com a proópria doença. Ficava a semana em casa, porque criança se agarra na escola e eu "a super contagiosa" não podia ficar por aí passando remela pros outros. Bomba de remela.

Pois bem, eu GOSTAVA de ter conjuntivite quando ERA criança. E QUANDO comecei com conjutivite anteontem achei que ia gostar de novo, mas a minha memória infantil é bem seleta e só se lembra das partes divertidas, como ficar horas na frente do espelho remelenta. Eu não me lembrava do quanto incomodava ficar com o olho vermelho, inchado, ardendo e quase cega. Fiquei ceguetinha do olho esquerdo, colocando compressa de soro, colírio e trancada dentro de casa.

QUANDO eu vou parar de ter memória de peixe e achar que a minha infância foi toda maravilha? QUANDO vou começar a NÃO querer repetir coisas de infância? E a pergunta que não quer calar: QUANDO Dels vai me dar um olho esquerdo novo?



Peraí gente, vou ali amputar meu olho rapidinho, já volto.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Décimo primeiro mandamento de Dels

Por que mesmo eu tendo me prometido que não ia mais correr ainda faço esse ato de atrocidade contra mim mesma? E por que, além deste ato de quase suicídio, ainda ponho um fator agravante no meio, ou melhor, embaixo, que é um salto plataforma?

Pois bem. Não sou boa em cumprir promessas. Saindo de casa, vi o ônibus chegando no ponto, corri no meio da rua, pedi pra motorista parar e.................... VIREI O PÉ. Assim, no meio da rua! Não sei nem como se fala virar o pé em espanhol e já cometi esse ato suicida. Sim, suicida, já que eu estava de salto e de peitos grandes. E de cabeça grande também. A probabilidade de eu me desequilibrar correndo sem salto já de 95%, imaginem, pois, de salto? Sim, a probabilidade de salto sobe para 99,99% que nem a probabilidade de engravidar usando camisinha. Aí, a gênia aqui pensa que nem meninas desesperadas em não engravidar e só pensa nesses 0,01% e corre. E vira o pé.

"Oi? Eu tenho peitão, cabeção e salto?" Foi a frase que veio na minha cabeça assim que dei o passo seguinte a incrível desequilibrada zen-za-cio-naaaaaal. Mas desequilibrar na Argentina é muito mais chique, apesar de ainda ser muito ridículo.


Conclusão 1: virei o pé bonito, passei a noite toda me auto-massageando com uma pomada louca boliviana e colocando água quente e hoje tô em casa de molho, porque dói, sim dói bastante.

Conclusão 2: Dels sempre tá vendo tudo e isso foi mais um sinal devino.


PS: aprendi o décimo primeiro mandamento: NÃO CORRERÁS (ainda mais se for de salto).

terça-feira, 15 de julho de 2008

Don't run, estela, don't run.

Nesses últimos anos tomei muitas decisões na minha vida, algumas temporárias, outras fracassadas, decisões de um dia, decisões imbecis e decisões definitivas. Pois bem NÃO CORRER NUNCA MAIS é uma delas.

Quem me conhece pessolmente já deve estar rindo, porque sabe o GRANDE motivo dessa decisão. Gente, meu sutiã é 46 e a coisa mais rídicula do MUNDO é uma pessoa peituda correndo. E não só é ridículo como também é dolorido e cansativo. Começo a correr, começa a doer, peitos pulando, cansaço, pessoas olhando, sutiã saindo do lugar, tudo em câmera lenta com aquele grito de NÃÃÃÃÃÃO de música de fundo.

Tá, mas por que eu tô falando isso, né? Porque hoje eu perdi o ônibus mais demorado da VIDA porque não corro mais. Além de ter decidido não correr, hoje eu estava de salto. Conclusão: fiquei mais de 50min no ponto esperando chegar o maldito ônibus. Chegou, eu subi gatamente como se tivesse acabado de chegar no ponto, afinal de contas, com salto eu sou chique.

Desenvolvi algumas estratégias para correr quando necessário, mas elas se mostraram falhas e mais ridículas do que peitos 46 pulando. Coisas como segurar o peito enquanto corro ou forçar os bracinhos na lateral, como se fosse um T-rex, o que deixa a situação cada vez mais escrota. Lembrem-se sempre do T-rex correndo no Jurassic Park, era tosco demais.

Pois bem pessoas, NUNCA me convidem a dar uma corridinha na praia, NUNCA me chamem pra jogar futebol, NUNCA digam: "CORRE ESTELA, A GENTE VAI PERDER O ÔNIBUS". A Estela aqui não corre, NUNCA MAIS. Don't run estela. Don't be ridiculous.

PS: Nesse caso supracitado nem posso dizer que é vingancinha de Dels. Esses peitos aqui, neguinha, são coisas de qualquer Pamela Anderson invejar, totally natural, fabricados na zona franca de Manaus.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

486, revivendo a época do TAB

Como eu posso me achar sã e normal quando acordo de madrugada pra fazer trabalho e encontro um mouse de laptop plugado no computador normal? Sério, ele é MUITO menor que a minha mão e a minha mão é MUITO menor que uma mão normal, então imaginem só a saga do mousezinho fofo com telefone de propaganda.
Pois é, me sinto como uma esquizofrênica louca, mal de parkinson, seta tremendo descontroladamente na tela, essas coisas bem características da era pós-moderna: "VELOCITAAAAAAAAAAAAAÁ" já diria meu querido Selton Melo.
Eu só queria um mouse maiorzinho aqui, tipo, no laptop tem aquela pertezinha fofa de deslizar dedinho, sabe por quê? PORQUE ELE FOI FEITO PRA SER USADO SEM MOUSE! Aí vem um desgraçado rouba meu mouse grande e me deixa no grande dilema da não poder mais MAXIMIZAR as minhas janelas do msn, tipo:

- x

x

x

x

x

¬¬

Sério, alguém me lembra de NUNCA mais achar fofo coisas pequenas e não-funcionais. Tudo aqui tá girando em torno dessa porcaria de mouse fofo propagandista. E agora a mãozinha branca tá esquizofrenicamente, como num filme de terror, fazendo mamãe-mandou-eu-escolher-esse-da-qui nos marcadores, sendo que, tudo o que eu quero e clicar no como?

PS: desconfiem sempre de mouses de laptop, tô começando a achar que isso é a parte 10 dos castigos de dels contra mim. AXXION deve ser o apelido carinhoso Dele.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Dels não existe (boooooooolshit)

Por que eu tenho que mentir tanto? Sério, sem mentiras agora, eu minto o tempo inteiro (MENTIRA). Ao vivo, ao telefone, no msn... Em TODOS OS LUGARES. Dels me deu esse dom e eu saio mentindo por aí. Invento histórias no passado, no presente e até no futuro. Trago amores em cinco minutos, curo ventre-virado e espinhela-caída, faço todos os trabalhos, satisfação garantida.

Falando em satisfação, tava agora mesmo no msn falando com um amigo meu e disse que tô satisfeita. MAS QUE MENTIRA MAIS DESLAVADA...

Aí, outro dia mandei uma mensagem dizendo coisas fofas que não vem ao caso. Só fui me tocar que tava mentindo depois. Nem eu sei mais quando tô mentindo, minto com tanta frenqüência e tão rapidamente que nem sei mais.

Só sei que me divirto horroures lembrando que menti e logo penso que Dels tá vendo isso. E aí ainda me pergunto o porquê Dele (melhor ser respeitosa) me castigar tão freqüentemente. Ai, que mentira, Dels nem existe. (Mentira, Dels, mentira, é mentira, juro que é mentira!)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Aceitam-se pernas usadas

Eu quero é saber quem vai me dar pernas novas depois dessa maratona infernal de idas ao centro pra resolver papelada. Sério, eu odeio o centro do Rio, achava legal quando ia passear e talz, "nossa, quanta coisa bonita e barata na Uruguaiana" ou então quando eu namorava um rapaz que trabalhava lá, o centro era passagem. Pois é, agora eu acho aquilo um inferno, "nossa, quanta gente feia em tão pouco espaço" ou então "quanta gente a toa nesse país". Carinhas de terno e gravata (gatchenhos até) tirando onda de mega-empresários e, no máximo, trabalham num cartório autenticando documento o dia inteirinho. Mulheres fofocando da vida alheia lotando as mãos dos passantes de papéis da BMG Seguros. Mocinhas comprando no McDonalds com o cartão da C&A.

Sério, não dá pra lembrar mais, vou passar mal.

Eu só quero saber: quem vai me dar pernas novas, sapatos novos e uma cara de felicidade nova? A Cristina Kirschner lá na Argentina é que não vai ser... Talvez se ainda existisse as Portas da Esperança eu conseguiria ao menos uma prótese...

PS: Por favor, se alguém que ler isso resolver me dar pernas novas, que pelo menos me compre umas mais bronzeadinhas, porque essas aqui tão foda...

sábado, 5 de julho de 2008

Vingança de Dels

Qual a chance de você ficar mais de 40min na estação de trem do Méier esperando o parador Deodoro-Central passar, ver o Central-Japery passar (porque ele não para na estação do Méier), esperar mais 10min, pegar o parador Central-Bangu, ir até Engenho de Dentro, encontrar o Central-Japery ainda parado, morrer de felicidade por isso, sair correndo, subir-descer escadas correndo também, entrar no trem e o trem estar quebrado porque pegou fogo no último vagão e ninguém te avisou?
E qual a chance de chegar outro Central-Japery e parar na plataforma mais longe possível, todas as pessoas debandarem pra lá, correndo como se fosse o fim do mundo, pulando na linha do trem, visão do inferno, você sobe-desce correndo de novo as escadas, entra no trem lotado (ps: você está morrendo de sono), logicamente não consegue sentar e vai pescando pela viagem até chegar em Deodoro e avisarem que "Esta composição está avariada e não prosseguirá a viagem"? Aí você fica puta pra caralho, desce do trem, espera o outro e enquanto isso meia dúzia de caras não cansam de te olhar e passar cantadas de pedreiro. O trem chega, você entra e finalmente conclui a viagem dos infernos.

Lição do dia: Nunca mais dizer que dels tem inveja de mim, o castigo no meu caso não veio a cavalo, ele veio de trem mesmo, lento, doloroso, fedendo e chacoalhando.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Próxima estação Japery

Por que tem que chover justamente na hora em que eu tenho que ir andando até a estação de trem Méier e depois baldear pra Engenho de Dentro pra ir até Japery e depois andar quilômetros de passarela até o ponto de ônibus pra subir a serra com frio?

Aí é assim, a gente vai de guarda-chuva, molhando a barra da calça toda nessa água nojenta cheia de cocô de mendigo. Depois pega chuva trocando de plataforma em Engenho de Dentro. Depois abre o guarda-chuva dentro do trem, porque, pasmem, chove dentro do trem. E depois de tudo molha de novo a barra da calça na água imunda japeriense, que, não satisfeita em ter cocô de mendigo, tem também cocô de aberração.

Por que, cara? Aí abre um solzinho pra me animar a sair de casa, mas eu tenho CERTEZA de que na hora em que eu pisar do lado de fora vai desabar o mundo na minha cabeça.

(Dels tem invejinha de mim, caran, só porque eu tô dolorida e nem é de dançar pole dance.)

terça-feira, 1 de julho de 2008

Nove meses

Pois é, naquele post zuper emo que eu fiz sobre a Argentina falei sobre os bebês que irão nascer quando eu estiver lá. É, mais uma amiga grávida. Dá um nervoso aqui, a gente vai vendo pessoas que convivem com a gente desde os sete anos de idade engravidando por aí e voilà tá aí filhinho fofo. Na verdade as amigas nem são/estão tão próximas assim, eu não vou mesmo ser madrinha de nenhuma criança, nem ao mesmo vou ser uma das primeiras a saber o sexo, eu sou muito, mas muito desligada de tudo. Distância espacial pra mim é uma coisa quase intransponível por vezes... E aí eu fico distante, sem saber sexo de neném.

Mas a minha reflexão não era pra ficar assim nesse tom emo.

Bom, ano passado minha irmã cismou que eu ia engravidar. Eu tava namorando na época, namoro estável (pelo menos eu achava), tava feliz e talz e pensava no filhinho, ó meldels, que coisa fofa que não seria pananan e talz. Minha irmã sempre foi meio sinistra com essas coisas, daí passei a realizar, né? Tava sensívelzinha.

Hoje em dia eu penso: E se eu tivesse engravidado? Imagina a MERDA FEDERAL que não seria? Mãe solteira, genten? Ou eu ia ser mais uma daquelas garotas psicopatas chifrudas que mantém o marido junto por causa do filho? Ou, melhor... Eu podia era comprar uma poltrona velha, arranjar um cigarro de maconha (cachimbo é moda out), sentar na frente do portão numa rua da Tijuca e ficar lá, porca de gorda, imensa, cheia de suco de laranja na barriga, chapadalson, esperando o maldito pai da criança chegar com dois tracinhos marcados no exame de gravidez.

Seria no mínimo divertido.